Em 1980, Eurico foi chefe da delegação do Vasco nas partidas realizadas na Venezuela, válidas pela Libertadores.
No 1º jogo contra o Galícia, um empate em 0x0 e uma constatação: a insatisfação de alguns jogadores com o técnico Orlando Fantoni. Os dois atletas substituídos durante a partida saíram reclamando do técnico, e os mais experientes do elenco pareciam querer tomar conta do time.
Vendo tudo de perto, Eurico Miranda tomou uma decisão difícil e corajosa : afastou por indisciplina o goleiro Leão, Zé Mario, Jorge Mendonça e o artilheiro Paulinho, causando enorme polêmica.
Após a barração dos medalhões, a equipe enfrentou , ainda fora de casa, o Deportivo Táchira e venceu por 1x0 gol de Peribaldo.
No ano seguinte, o estilo Eurico era visto nas mais variadas circunstâncias.
Compareceu certa vez a um evento de inauguração da loja do seu amigo Paulo Pereira, empresário do ramo de calçados. Tinha em mente dar um abraço no companheiro de muitas lutas em prol do Vasco, mas também estava atento a possíveis negócios.
Chamando Paulo a um canto, disse que queria resolver uma questão.
O Vasco tomara a decisão de substituir as cadeiras de madeira nas sociais do estádio - muitas quebradas e mal cuidadas - pelas de ferro, mais resistentes e vistosas.
Perguntou sobre os empresários presentes ao evento.
Eurico apontava para um convidado: "Esse aqui?"
Paulo Pereira fazia com as mãos um movimento vago.
Ele ia lá e negociava 100 cadeiras para o Vasco.
"E esse outro?"
Polegar estendido pelo Paulo e lá ia ele atrás de mais 500 unidades para o clube.
Eurico saiu da loja com patrocínio garantido para cerda de 4 mil cadeiras. Em troca, a marca daquelas empresas seria exposta no encosto da cada unidade. Algumas centenas de cadeiras também foram doadas por pessoas físicas.
Trecho retirado do livro "Todos contra ele" de Sérgio Frias.
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