sábado, 4 de outubro de 2014

1981 - Eurico faz prevalecer a vontade do Vasco


Na primeira partida da final do Campeonato Carioca de 1981, o atleta João Luiz foi expulso. O Vasco venceu por 2 x 0, mas precisava de nova vitória no segundo jogo na quarta-feira seguinte.
Até o dia do jogo, eram certos os desfalques do próprio João e de Marquinho, também suspenso.

Eurico trabalhou nos bastidores e obteve o aval da  Justiça Desportiva para escalar os dois atletas para a partida marcada para 2 de dezembro daquele ano. O Flamengo dizia que o Vasco perderia os pontos, mas Eurico bancou a escalação de ambos. Para completar, o Maracanã estava inundado devido às fortes chuvas que caíram durante todo o dia, principalmente entre o final da tarde e a noite.

O Flamengo não aceitava atuar. Reclamava com razão do gramado em péssimas condições. Já o Vasco, com time mais pesado e menos técnico do que o rival, queria jogo. Eurico se valeu de uma concessão dada pela FERJ ao rubro-negro na semana anterior — quando aceitou que o Vasco x Flamengo válido pelo já definido terceiro turno não se realizasse e a data fosse utilizada para o primeiro jogo da decisão do campeonato também entre os dois grandes rivais — no intuito de fazer prevalecer a sua vontade.

No fim das contas houve jogo e o Gigante da Colina venceu por 1 x 0, com um gol de Roberto Dinamite, a três minutos do fim.



Aqueles primeiros anos de Eurico Miranda numa função das mais influentes no clube proporcionaram boas histórias. Ele se multiplicava, matava tudo no peito e atropelava quem quisesse prejudicar o Vasco.

Soube numa ocasião que crianças pertencentes as divisões de base no futebol de salão, com menos de 10 anos, poderiam ser punidas em grupo pelo tribunal, em razão de uma confusão ocorrida numa partida de campeonato.  Quando tomou ciência do que estava para ocorrer, não teve dúvida. Foi defender o clube e, mais especificamente, os atletas perante o tribunal da Federação de Futebol de Salão.

Indignado com a possibilidade do castigo, disse ele com todas as letras:

"Se crianças pela lei são inimputáveis, como pode ser imputada a elas tal pena de suspensão?"

Depois de muita polêmica e discursos ríspidos, a tese de Eurico prevaleceu e embora os atletas recebessem, em nome do clube, um puxão de orelhas, não foram, de fato, impedidos de participar do jogo seguinte.

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